Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, foi solta nesta segunda-feira (13/01) após quase cinco meses presa sob suspeita de envenenar os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7 anos, em Parnaíba, litoral do Piauí. A mulher, que estava na Penitenciária Feminina de Teresina desde agosto de 2024, sempre se declarou inocente. Sua liberdade provisória foi concedida após novas evidências e investigações, trazendo uma reviravolta ao caso.
Acusada inicialmente de ter dado cajus envenenados aos irmãos, Lucélia enfrentou um julgamento rápido da opinião pública, além de ameaças de morte e até o incêndio de sua casa. A defesa, liderada pelo advogado Sammai Cavalcante, apontou desde o início a fragilidade das provas contra ela. Em sua saída da prisão, Lucélia expressou alívio: “Sempre fui inocente, só meu advogado e minha família acreditaram em mim”.
A decisão de soltura foi baseada em um laudo recente da Polícia Científica do Piauí, que concluiu que os cajus entregues às crianças não continham veneno. O resultado da perícia demorou quase cinco meses para ser finalizado. Apesar da libertação, Lucélia ainda aguarda uma sentença absolutória que formalize sua inocência.
Novo suspeito no caso
As investigações mudaram de rumo quando Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto da mãe das crianças, foi preso no início de janeiro de 2025. Ele é agora o principal suspeito de envenenar não só os irmãos Ulisses e João Miguel, mas também outros familiares em um almoço de Ano Novo que resultou na morte de quatro pessoas. Entre as vítimas estavam a mãe dos meninos, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e dois de seus outros filhos, Miguel dos Santos, de 18 anos, e Maria Lauane, de 3 anos.
Francisco teria utilizado terbufós, um pesticida conhecido como “chumbinho”, para envenenar um baião de dois servido durante o almoço de Ano Novo. O caso das mortes dos irmãos agora será reavaliado pela Polícia Civil, que investiga se Francisco está envolvido nas duas tragédias.
Próximos passos
Com a liberdade provisória concedida, Lucélia se reunirá com familiares, já que sua casa foi destruída. Além de lidar com o impacto emocional e psicológico dos meses de prisão. Enquanto isso, Francisco de Assis permanece em prisão preventiva, com a polícia intensificando as investigações para esclarecer sua participação nas mortes dos irmãos e das demais vítimas do almoço de Ano Novo.
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