Teresina quinta-feira, 14 novembro, 2024

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Um terço dos professores de escolas públicas não têm a formação adequada para lecionar: entenda os dados

Foto: Reprodução – Getty Images

A falta de formação adequada entre os professores das escolas públicas brasileiras é um problema que preocupa especialistas. De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica, lançado nesta quarta-feira (13/11), um em cada três docentes da rede pública não tem a formação necessária para ensinar a disciplina que leciona. Isso significa que muitos estudantes estão sendo atendidos por profissionais que não são licenciados na área específica em que atuam.

O levantamento revela que, enquanto 68% dos professores da educação infantil e do ensino médio têm formação adequada, esse número cai para apenas 59% nos anos finais do ensino fundamental, de 6º a 9º ano. “Para considerar um professor como qualificado para ensinar uma disciplina, ele precisa ser licenciado naquela área. Por exemplo, um professor de química no ensino médio só é considerado adequado se for formado em Química”, explica Ivan Gontijo, do Todos Pela Educação.

No Brasil como um todo, cerca de 12,8% dos professores, incluindo as redes pública e privada, não têm sequer graduação, e o cenário é mais alarmante na educação infantil, com 20,5% de professores sem diploma superior. Por outro lado, o ensino médio é a etapa com a maior taxa de docentes graduados, atingindo 96%.

A pesquisa também aponta que o Brasil tem investido mais em salários de professores. O rendimento médio mensal dos profissionais da educação pública com ensino superior subiu para R$ 4.942, representando 86% do salário de outros profissionais com a mesma escolaridade. No entanto, apesar do aumento nos salários, a precarização do regime de contratação é uma preocupação crescente. Hoje, mais da metade dos professores estaduais são contratados como temporários, o que prejudica a estabilidade e a qualidade do ensino.

A solução para melhorar a formação docente pode passar pela reestruturação da carga horária e incentivos para que os professores busquem segunda licenciaturas nas disciplinas em que atuam. “É fundamental que os professores tenham carga horária completa em uma única escola para garantir uma formação mais adequada”, diz Gontijo.

Além disso, o governo federal promete lançar em novembro um conjunto de ações para valorizar os professores, incluindo bolsas para incentivar a formação superior em licenciaturas, parte de um esforço para atingir as metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que busca garantir que todos os docentes tenham formação específica e de nível superior até 2025.