Teresina é a única cidade escolhida pela ONU para pesquisa sobre o impacto do calor extremo na saúde das gestantes

A pesquisa busca avaliar como as altas temperaturas afetam a saúde física e mental das mulheres grávidas, com um foco especial na pressão arterial, uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil. Além disso, o estudo investiga as repercussões do calor extremo na saúde mental das gestantes.

De acordo com os pesquisadores, o estudo é inovador porque se concentra na coleta de dados diretamente em campo, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Teresina. Gestantes atendidas na rede pública de saúde estão respondendo a questionários e sendo acompanhadas durante o Dia da Gestante, evento realizado mensalmente nas UBS da cidade.

Luana Silva, oficial de gênero, raça e etnia do UNFPA, explicou que o foco da pesquisa em Teresina se justifica pelo impacto das mudanças climáticas na saúde da população local. A especialista ressaltou ainda que, em muitos relatos, o calor tem afetado diretamente a saúde mental das gestantes, com casos de sofrimento extremo e surtos durante períodos de calor intenso, como o B-R-O Bró.

Os dados coletados até agora indicam que as gestantes estão preocupadas com o impacto do calor no momento do parto, além de vivenciarem estresse psicológico relacionado ao clima. Os resultados preliminares da pesquisa serão apresentados no próximo dia 18 de dezembro, com o lançamento do plano de mitigação programado para o primeiro trimestre de 2025. A pesquisa já está apontando diretrizes que podem ser transformadas em políticas públicas para melhorar as condições de saúde das gestantes em clima de calor extremo.

A pesquisa tem como principal objetivo garantir que ninguém seja deixado para trás e que as mudanças climáticas, que afetam todos de forma desigual, recebam uma atenção especial para as populações mais vulneráveis.