Teresina sexta-feira, 20 setembro, 2024

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Setembro Amarelo “Se precisar, peça ajuda”: campanha destaca a importância da conscientização e prevenção do Suicídio

O Setembro Amarelo, ao longo dos anos, se consolidou como um movimento essencial na luta pela conscientização sobre a saúde mental e a prevenção do suicídio no Brasil. A campanha, promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), tem como principal objetivo derrubar as barreiras do preconceito e da desinformação que ainda cercam temas como depressão, ansiedade e outros transtornos mentais.

O lema deste ano, “Se precisar, peça ajuda!”, destaca a importância do apoio mútuo e da busca por auxílio profissional em momentos de crise. Essa mensagem é importante em uma sociedade onde o isolamento emocional é cada vez mais comum, muitas vezes intensificado pelas dinâmicas modernas, como o uso excessivo de redes sociais e a diminuição das interações sociais presenciais. O distanciamento físico e emocional, agravado pela pandemia de COVID-19 e o crescimento do trabalho remoto, tornou ainda mais evidente a necessidade de se discutir saúde mental de maneira aberta e sem preconceitos.

O suicídio é uma tragédia que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, deixando um rastro de dor e questionamentos entre familiares e amigos. No entanto, em muitos casos, o suicídio pode ser prevenido se os sinais de alerta forem reconhecidos e se o suporte adequado for oferecido a tempo. Nesse contexto, a conscientização sobre as principais doenças mentais que podem levar ao suicídio e a importância da intervenção familiar são cruciais, e os meios de intervenção são essenciais. 

Entre as condições mais conhecidas que podem levar ao suicídio, a depressão se destaca como uma das mais comuns. Pessoas que sofrem de depressão frequentemente experimentam sentimentos profundos de tristeza e desesperança, que podem parecer insuportáveis. A depressão pode fazer com que a pessoa acredite que o sofrimento emocional nunca terá fim, o que pode levá-la a considerar o suicídio como uma forma de alívio.

Assim como o transtorno bipolar, caracterizado por oscilações extremas de humor, desde a euforia até a depressão profunda, o transtorno bipolar pode ser difícil de gerenciar sem tratamento adequado. Durante as fases depressivas, o risco de suicídio aumenta, especialmente se a pessoa sentir que perdeu o controle sobre suas emoções e sua vida.

Os transtornos de ansiedade, embora menos frequentemente associados ao suicídio do que a depressão, também podem levar a pensamentos suicidas, especialmente quando são crônicos e debilitantes. O medo constante, as preocupações excessivas e as crises de pânico podem fazer com que a pessoa se sinta desesperada. Transtornos como de estresse pós-traumático (TEPT), a esquizofrenia e o transtorno de personalidade borderline (TPB), também estão associados ao aumento do risco de suicídio. Esses transtornos muitas vezes envolvem uma profunda angústia emocional, acompanhada de sentimentos de desespero e alienação, o que pode levar a comportamentos suicidas.

Por isso, os familiares desempenham um papel essencial na prevenção do suicídio. Estar atento aos sinais de alerta pode fazer toda a diferença. Mudanças drásticas de comportamento, como o isolamento social, o abandono de atividades que antes eram prazerosas e mudanças no sono, são alguns dos primeiros indícios de que algo não está bem. Comentários sobre morte ou suicídio, mesmo que feitos de maneira casual ou como “piadas”, devem ser levados a sério.

Um dos sinais mais preocupantes é quando a pessoa começa a se despedir de amigos e familiares ou a organizar seus pertences de maneira incomum. Esses comportamentos podem indicar que a pessoa está planejando se machucar. Outro alerta é uma mudança súbita de humor, especialmente se a pessoa passou de um estado de depressão para uma aparente calma ou felicidade. Essa mudança pode ocorrer quando a pessoa tomou a decisão de acabar com a própria vida e se sente aliviada por ter encontrado “uma solução”.

A intervenção dos familiares pode salvar vidas! O primeiro passo é escutar sem julgamento. Muitas vezes, as pessoas que estão em crise se sentem isoladas e incompreendidas. Oferecer um espaço seguro para que elas possam falar sobre seus sentimentos pode ser um alívio significativo. Além disso, é essencial oferecer apoio constante e incentivar a pessoa a procurar ajuda profissional. Psicólogos e psiquiatras estão preparados para lidar com crises e oferecer o tratamento adequado. Em situações de emergência, onde há risco iminente de suicídio, os familiares devem procurar ajuda imediata, levando a pessoa a um pronto-socorro ou a um centro de atendimento especializado.

A prevenção do suicídio exige vigilância, compaixão e ação imediata. As doenças mentais que levam ao suicídio são complexas e variadas, mas, com a devida atenção e cuidado, é possível identificar os sinais de alerta e intervir a tempo. Os familiares são a linha de frente nessa luta, e sua sensibilidade e prontidão para agir podem fazer a diferença entre a vida e a morte. Reconhecer que pedir ajuda é um ato de coragem, e não de fraqueza, é a mensagem mais importante que o Setembro Amarelo e outras campanhas de prevenção nos trazem. Juntos, podemos salvar vidas.

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