Teresina sexta-feira, 15 novembro, 2024

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Reteste de sangue de 286 doadores serão realizados após detecção de transplantes contaminados com HIV no Rio de Janeiro; Irregularidades no Laboratório PCS

Foto: Leo Martins/Agência O Globo

Uma grave falha no sistema de transplantes de órgãos do Rio de Janeiro levou à detecção de seis pacientes que contraíram HIV após receberem órgãos de doadores infectados. O caso veio à tona em setembro de 2024, quando complicações neurológicas foram observadas em um dos transplantados, resultando em uma investigação que revelou a contaminação.

Como medida preventiva, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio, através de sua titular Cláudia Mello, anunciou a reanálise do sangue de 286 doadores cujas coletas ocorreram entre dezembro de 2023 e setembro de 2024. Os testes estão sendo realizados pelo Hemorio, que é responsável por manter amostras reservas de sangue dos doadores para contraprovas. A decisão de retestar as amostras foi tomada após o laboratório responsável pela testagem inicial, Patologia Clínica Dr. Saleme, ser interditado cautelarmente devido a irregularidades.

Os seis receptores contaminados estão recebendo tratamento em um hospital universitário, enquanto uma sétima pessoa, que havia recebido um fígado, faleceu devido a complicações relacionadas a outra condição. Apesar de um dos pacientes que recebeu córneas do doador infectado ter testado negativo para HIV, a situação é considerada alarmante pelas autoridades de saúde.

O laboratório em questão foi selecionado por licitação para realizar os exames nos órgãos doados, e possui vínculos familiares com o deputado federal Doutor Luizinho, que ocupou o cargo de secretário estadual de Saúde durante parte do processo de contratação. O caso provocou uma investigação do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e das polícias Civil e Federal, além de uma auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (DenaSUS) sobre o sistema de transplantes no estado.

O laboratório PCS se declarou disponível para colaborar com as investigações e informou que abriu uma sindicância interna para apurar as responsabilidades, afirmando ter utilizado kits de diagnóstico recomendados pelas autoridades de saúde. A situação levanta preocupações significativas sobre a segurança do sistema de transplantes no Brasil e a integridade dos processos de testagem realizados por laboratórios parceiros do governo.

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