A Polícia Federal (PF) apreendeu, até a última quarta-feira, 2 de outubro, mais de R$ 16,7 milhões em bens relacionados a irregularidades durante a campanha eleitoral de 2024, sendo R$ 11 milhões em espécie. A corporação mantém cerca de 2.200 inquéritos abertos sobre crimes eleitorais e violações ao Estado Democrático de Direito, um número que deve aumentar conforme se aproximam os últimos dias de campanha.
Apenas na manhã desta sexta-feira, 4 de outubro, a PF deflagrou cinco operações para combater a compra de votos, mobilizando 6 mil policiais para coibir essa prática durante o final de semana eleitoral. Entre as preocupações destacadas pela PF estão a proliferação de fake news, o uso indevido de inteligência artificial e deepfakes em campanhas, a violência política, especialmente de gênero, e a influência do crime organizado no apoio a candidatos.
Uma das operações visou desmantelar um grupo que estaria manipulando o processo eleitoral no Ceará, com práticas de compra de votos e violência. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Canindé e Choró, onde o grupo, formado por familiares e associados, oferecia vantagens financeiras e materiais, financiadas por contratos fraudulentos com prefeituras, para eleger candidatos a vereador e prefeito. A investigação começou após a PF apreender R$ 600 mil em espécie que seriam utilizados para compra de votos.
Ainda no Ceará, quatro pessoas foram presas na quinta-feira, 3 de outubro, por troca de exames médicos por votos em Juazeiro do Norte. As prisões ocorreram após denúncias que identificaram essa prática ilícita na região.
Em uma operação distinta na Bahia, a PF apurou uma denúncia envolvendo uma servidora municipal de Caraíbas, que estaria oferecendo R$ 800 por voto em um candidato a prefeito, além de promessas de emprego na administração municipal caso o candidato fosse eleito. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na cidade, que tem pouco mais de 10 mil habitantes, e coletaram provas sobre o esquema.
As investigações em ambas as situações indicam que as condutas podem ser classificadas como compra de votos e captação ilícita de sufrágio, podendo resultar em penas de até quatro anos de prisão, multas e a cassação do registro ou diploma dos candidatos envolvidos. O material apreendido será analisado e a PF continuará com as diligências para identificar outros possíveis envolvidos nas práticas delituosas.
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