Teresina segunda-feira, 3 fevereiro, 2025

PEC de Segurança Pública é considerada inconstitucional por especialistas e enfrenta resistência no Congresso

Ministro Ricardo Lewandowski/ Crédito: Ueslei Marcelino/SCO/STF (18/11/2009)

Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) tem gerado debates acalorados no Congresso Nacional, após ser considerada inconstitucional por juristas e especialistas. A PEC em questão busca alterar pontos fundamentais da Constituição, mas esbarra em princípios constitucionais imutáveis, conhecidos como “cláusulas pétreas”, que não podem ser modificados nem por emenda.

Entre os principais pontos de crítica, está a violação do princípio da separação dos poderes e dos direitos fundamentais, previstos na Constituição de 1988. De acordo com especialistas, a proposta fere garantias individuais asseguradas, como a liberdade de expressão e o direito de defesa. Além disso, argumenta-se que a PEC desrespeita o pacto federativo, ao tentar concentrar mais poder no governo central, enfraquecendo a autonomia dos estados e municípios.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado já debate a admissibilidade da proposta. Parlamentares contrários à PEC argumentam que sua aprovação colocaria em risco a estabilidade institucional e os direitos conquistados ao longo dos anos. “Essa PEC é uma afronta à Constituição e ao Estado Democrático de Direito. Precisamos ser firmes para impedir que uma medida tão perigosa avance”, declarou um senador da oposição.

Enquanto isso, os defensores da proposta afirmam que as mudanças são necessárias para enfrentar crises econômicas e políticas e modernizar o funcionamento do Estado. Eles alegam que as interpretações de inconstitucionalidade são exageradas e que a proposta visa a simplificação de processos que hoje são travados pela burocracia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) também está sendo pressionado a se manifestar sobre a constitucionalidade da PEC. Juristas renomados já enviaram pareceres à Corte, solicitando que a proposta seja barrada antes mesmo de ir a votação.

Com o Congresso dividido e a sociedade civil se mobilizando contra a PEC, o futuro da proposta é incerto. Movimentos sociais e entidades de classe já organizam protestos e campanhas para impedir sua aprovação, enquanto parlamentares governistas tentam negociar alterações no texto para torná-lo mais palatável.

A questão, porém, coloca em xeque não apenas os pontos abordados pela PEC, mas também a própria capacidade do sistema político de proteger os princípios que fundamentam a Constituição brasileira.