A Polícia Civil do Piauí prendeu, na manhã desta quarta-feira (08), Francisco de Assis Pereira, 53 anos, suspeito de envenenar sua família em Parnaíba. O crime ocorreu em duas ocasiões, sendo a mais recente no dia 1º de janeiro deste ano, quando cinco pessoas, incluindo três crianças, morreram. O padrasto teria fingido ingerir a comida envenenada para evitar levantar suspeitas, segundo informações da polícia.
Após sua prisão, a polícia realizou buscas na casa da família, onde encontrou uma caixa com alimentos pessoais que Francisco mantinha separados do restante da família. A principal hipótese investigada é que ele simulava fazer as refeições junto com os familiares, mas na verdade consumia os mantimentos guardados, evitando assim o veneno. O material foi recolhido para perícia.
Múltiplas vítimas e padrão de envenenamento
Francisco é padrasto de Francisca Maria da Silva, mãe de cinco das vítimas, incluindo Manoel Leandro, que foi a primeira pessoa a falecer após o envenenamento. Além de Manoel, morreram também os filhos de Francisca: Igno Davi, de 1 ano e 8 meses, e Lauane Fontenele, de 3 anos. Em agosto do ano passado, outros dois filhos de Francisca, João Miguel, 7, e Ulisses, 8, também morreram após ingerirem cajus envenenados.
O Instituto de Criminalística do Piauí confirmou que todas as mortes foram causadas por terbufós, um pesticida altamente letal. Segundo o perito-geral do Instituto, Antônio Nunes, as mortes seguem um padrão claro de envenenamento, e não há dúvidas de que os crimes ocorreram dentro da residência da família. “Todos os alimentos doados à família deram negativo para substâncias tóxicas, o que comprova que o veneno estava dentro da casa”, afirmou o perito.
Investigação e perícia continuam
A polícia trabalha para reunir provas que possam comprovar o envolvimento de Francisco nos crimes. A perícia também está analisando novamente os cajus que levaram à morte de João Miguel e Ulisses no ano passado, buscando confirmar se o mesmo veneno foi utilizado.
Francisco de Assis Pereira foi encaminhado à Delegacia Regional de Parnaíba para prestar depoimento. A possibilidade de um exame psiquiátrico-forense também está sendo considerada, uma vez que a motivação para o crime ainda é desconhecida.
Ao todo, 11 membros da mesma família foram envenenados nos últimos seis meses, com cinco mortes confirmadas. A polícia segue investigando o caso e coletando evidências para esclarecer as circunstâncias dos envenenamentos.
Fonte: Portal O Dia
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