O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, reconheceu, nesta quarta-feira (29), que houve um erro no processo que levou à prisão de Lucélia Maria da Conceição, de 53 anos, em agosto de 2023. A aposentada foi detida sob a suspeita de envenenar os irmãos João Miguel, de 7 anos, e Ulisses Gabriel, de 8 anos, em Parnaíba, no litoral do estado. No entanto, após uma reavaliação do caso, Lucélia foi libertada em janeiro, após novas investigações e exames que não confirmaram a presença de substâncias tóxicas na fruta consumida pelas crianças.
Segundo Chico Lucas, a prisão de Lucélia foi baseada em depoimentos de familiares das vítimas, que apontaram a vizinha como responsável pelo envenenamento, além de uma busca em sua residência, onde foi encontrado veneno. No entanto, o secretário esclareceu que esses elementos de prova foram, na realidade, induzidos por testemunhos de Francisco, um dos acusados. Ele e outros familiares haviam apontado Lucélia, levando à prisão precipitada da mulher. “O erro não foi causado por falhas na investigação, mas pela indução de depoimentos que apontaram a pessoa errada”, explicou o secretário.
Em relação ao envenenamento coletivo ocorrido no início de 2024, Chico Lucas informou que as investigações estão avançadas. Esse caso envolveu a morte de cinco pessoas em um almoço em Parnaíba. Um grupo de trabalho foi formado para esclarecer as circunstâncias do crime, e novas provas estão sendo analisadas. O secretário também destacou que a falta de um laboratório de toxicologia no Piauí foi uma das dificuldades enfrentadas pelas investigações. O laboratório, que começou a ser desenvolvido após a morte de uma criança de 5 anos em Floriano, ainda está em fase de adaptação, mas deve ser um avanço importante para a segurança pública do estado.
Francisco de Assis Pereira da Costa, apontado como o principal suspeito do envenenamento coletivo, segue preso. Já Lucélia Maria da Conceição, que foi libertada após a revisão do caso, continua sendo acompanhada pelas autoridades.
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