Especialistas apoiam restrição ao uso de celulares nas escolas e destacam benefícios para a interação social e aprendizado

Especialistas apoiaram a restrição ao uso de celulares nas escolas, medida aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e em processo de aprovação no Senado Federal. Consultadas pela Agência Brasil, duas pesquisadoras destacaram os benefícios da medida para o ambiente escolar e a relação entre professores e alunos. A proposta foi inicialmente aprovada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em novembro de 2024.

A professora Sandhra Cabral, do portal Educar para Ser Grande e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), afirmou que a proibição é necessária devido à falta de educação sobre o uso responsável da internet no Brasil. Ela apontou que o uso excessivo de celulares pode prejudicar a cognição, o foco e aumentar as distrações dos alunos. No entanto, Sandhra acredita que, apesar dos benefícios a longo prazo, a implementação da medida pode gerar ansiedade nos estudantes, que estarão privados do uso constante de seus aparelhos, o que exigirá a adaptação dos professores e a criação de atividades pedagógicas interativas.

A pesquisadora Andreia Schmidt, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), também endossou a restrição, destacando que ela proporcionará mais interações sociais entre os alunos e ajudará no desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais essenciais. Para Andreia, a medida contribuirá para que os estudantes se conectem melhor com o mundo real, tanto nas demandas escolares quanto nas sociais.

Além das preocupações sobre os impactos imediatos da medida, as especialistas concordam que a flexibilidade para o uso pedagógico dos celulares nas escolas é um ponto positivo, ajudando a equilibrar o uso da tecnologia com o aprendizado e diminuindo a ansiedade dos alunos.

Com a proposta em andamento no Senado, o debate sobre o uso de celulares nas escolas segue ganhando atenção, com especialistas e autoridades defendendo ações para proteger o aprendizado e a interação social das crianças e adolescentes no ambiente escolar.