
Os advogados da vereadora Tatiana Medeiros estão acompanhando de perto as investigações da Polícia Federal que levaram à sua prisão preventiva sob suspeita de crime eleitoral e associação com facções criminosas. A defesa alega que não teve acesso aos autos do inquérito e classifica a prisão como arbitrária.
Em entrevista à imprensa, os advogados Edson Araújo e Dellano Sousa reforçaram a inocência da vereadora e garantiram que irão provar sua isenção ao longo do processo. Segundo Araújo, Tatiana Medeiros “está de cabeça erguida e é uma mulher corajosa”. Ele também questionou a principal acusação da PF, que aponta um suposto uso de recursos ilícitos para o financiamento da campanha eleitoral da vereadora.
Questionamentos sobre a legalidade da prisão
O advogado Edson Araújo criticou duramente a fundamentação do inquérito. “Como pode haver crime eleitoral se não há eleição em andamento? O inquérito policial se arrasta desde setembro e agora, em abril de 2025, ainda buscam evidências de compra de votos. Não faz sentido”, declarou. Além disso, ele enfatizou que Tatiana sempre esteve à disposição das autoridades e que não há justificativa para a decretação da prisão preventiva.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, a Polícia Federal recolheu o celular e o tablet da vereadora, mas ambos os dispositivos foram devolvidos após verificação. Segundo a defesa, os aparelhos não continham provas que a ligassem às acusações investigadas.
OAB pode pedir nulidade da prisão
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí (OAB-PI) afirmou que não foi notificada previamente sobre a prisão de Tatiana Medeiros, o que configura uma violação das prerrogativas da advocacia. O presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-PI, Leonardo Queiroz, destacou que a falta de comunicação institucional pode levar à anulação da prisão.
“Verificamos que houve infração legal e, por isso, adotaremos as medidas cabíveis, incluindo a possibilidade de anulação da prisão. Estamos atentos para garantir que os direitos da vereadora sejam respeitados”, afirmou Queiroz. A entidade também solicitará que Tatiana permaneça na Sala de Estado Maior da Superintendência da Polícia Federal até a realização da audiência de custódia, prevista para esta sexta-feira (04).
Operação Escudo Eleitoral
A ação que levou à prisão da vereadora faz parte da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (03). A investigação busca apurar a possível compra de votos e o suposto financiamento de campanhas eleitorais com dinheiro de facções criminosas em Teresina. Ao todo, foram cumpridos oito mandados judiciais, incluindo prisão preventiva, busca e apreensão e afastamento de cargos públicos.
Além de Tatiana Medeiros, a Polícia Federal investiga servidores comissionados da Câmara Municipal de Teresina, da Assembleia Legislativa do Piauí e da Secretaria Estadual de Saúde. As autoridades ainda não divulgaram detalhes sobre o avanço das investigações e eventuais desdobramentos do caso.