O Centro de Valorização da Vida (CVV), uma das principais organizações no Brasil voltadas à prevenção do suicídio, intensifica seus esforços durante o mês de setembro, período marcado pela campanha “Setembro Amarelo”. O CVV tem desempenhado um papel crucial no apoio emocional, com seus mais de 3.500 voluntários oferecendo atendimento gratuito e sigiloso por meio de canais como o telefone 188, e-mail, chat e encontros presenciais em algumas localidades.
Fundado em 1962, o CVV hoje lida com uma crescente demanda por seus serviços, respondendo, em média, a 7.000 ligações diárias. O suporte oferecido não se limita a pessoas em risco iminente de suicídio, mas inclui aqueles que buscam um ouvido atento para desabafar sobre questões cotidianas ou suas angústias. Carlos Correia, voluntário há mais de três décadas, destaca que o serviço é voltado para a “escuta humanizada”, onde o objetivo é ajudar o interlocutor a compreender melhor suas próprias emoções sem oferecer conselhos ou interferências.
De acordo com relatórios da organização, o CVV atendeu quase 3 milhões de pessoas em 2023, e mais de 640 mil no primeiro trimestre de 2024. Apesar dos esforços, o número de voluntários ainda é insuficiente para a alta demanda, especialmente em finais de semana e datas comemorativas, que são considerados períodos críticos. A fila de espera, que pode durar até seis minutos nos horários de pico, é uma realidade que a organização busca mitigar com novas campanhas de recrutamento de voluntários.
Os voluntários passam por um rigoroso processo de treinamento que envolve o desenvolvimento de habilidades de escuta, além de simulações de atendimentos para se prepararem emocionalmente. Esse cuidado visa garantir que o voluntário esteja emocionalmente equilibrado para lidar com as situações complexas que possam surgir. Durante o mês de setembro, o CVV reforça a importância de buscar ajuda em momentos de crise e faz um apelo por mais voluntários para que possam atender à crescente demanda.
A campanha Setembro Amarelo, lançada em 2015, tem contribuído significativamente para a conscientização sobre a prevenção ao suicídio no Brasil, tema ainda envolto em tabus. O CVV, por sua vez, segue como uma das principais ferramentas para aqueles que buscam apoio emocional, oferecendo um espaço de escuta segura e sem julgamentos.
