Campanha Novembro Roxo promove conscientização sobre prematuridade no Maranhão e em todo o Brasil

Em alusão ao mês de conscientização sobre a prematuridade, a campanha Novembro Roxo tem se intensificado com o objetivo de promover cuidados maternos e neonatais de qualidade em todo o país. Este ano, o tema da campanha é “Cuidados maternos e neonatais de qualidade em todos os lugares”. Dados do Ministério da Saúde revelam que, no Brasil, 1 a cada 10 nascimentos ocorre antes das 37 semanas de gestação, colocando o país entre os 10 com maior número de partos prematuros no mundo.

Em 2022, o Brasil registrou 303.447 nascimentos prematuros, enquanto, em 2023, o número se manteve elevado, com 303.144 casos, conforme dados preliminares. O Maranhão, um dos estados que mais enfrenta essa realidade, notificou 9.464 partos prematuros até o momento, uma leve queda em relação ao ano anterior, quando o número foi de 11.204.

Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Saúde lançou a Rede Alyne, em setembro de 2024, com o objetivo de qualificar o cuidado materno-infantil e garantir a saúde integral das mulheres e recém-nascidos. A iniciativa visa a criação de uma rede de apoio às famílias, com foco na prevenção da prematuridade e na redução da mortalidade infantil.

A prevenção do parto prematuro depende, em grande parte, de um pré-natal de qualidade, realizado pela Atenção Primária à Saúde (APS) e acompanhado pela Estratégia Saúde da Família (ESF). A detecção precoce de gestação de risco e o encaminhamento para o atendimento especializado são fundamentais para a redução de complicações associadas ao nascimento prematuro.

Quando o parto prematuro ocorre, o acompanhamento rigoroso do recém-nascido é essencial para reduzir as taxas de morbimortalidade neonatal. A coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Crianças, Adolescentes e Jovens, Sonia Venancio, destacou que “com assistência neonatal qualificada, é possível melhorar as condições de saúde desses bebês, promovendo um início de vida mais seguro e saudável, o que impacta positivamente também as famílias e a sociedade como um todo”.

Bebês prematuros, embora muitos se desenvolvam bem com o tempo, estão mais expostos a diversas complicações devido à imaturidade de seus órgãos. As dificuldades respiratórias, problemas cardíacos, gastrointestinais, de imunidade, auditivos e oculares, além de complicações no sistema nervoso central, estão entre as principais intercorrências desses bebês.

O Ministério da Saúde identifica várias causas para o parto prematuro, como condições maternas, gravidez na adolescência, histórico de parto prematuro, gravidez múltipla, consumo de substâncias prejudiciais (álcool, cigarro e drogas ilícitas), cuidados inadequados durante o pré-natal e infecções. A realização de exames adequados durante o pré-natal, incluindo exames de sangue e de imagem, é essencial para identificar precocemente condições que podem ser tratadas para evitar complicações.

Uma das ações do Ministério da Saúde para combater o parto prematuro é o fortalecimento da Rede Alyne, que oferece suporte aos estados e municípios para fortalecer o pré-natal e os cuidados pós-alta, com foco em gestantes e bebês de alto risco. A rede também apoia a estruturação dos Ambulatórios de Alto Risco (Agar), que atendem gestantes em situações de vulnerabilidade, e oferece incentivo financeiro para o acompanhamento de bebês que saem da UTI Neonatal.

Outro programa importante é o Método Canguru, que oferece cuidados humanizados aos bebês prematuros e de baixo peso, fortalecendo o vínculo entre mãe e filho e reduzindo complicações. Além disso, assessores técnicos estão sendo enviados aos territórios para monitorar e apoiar as práticas de saúde relacionadas à prematuridade.

O Maranhão, que enfrenta um grande número de partos prematuros, se beneficia dessas políticas públicas, que visam reduzir os impactos da prematuridade e garantir que todos os bebês, independentemente de sua condição de nascimento, recebam os cuidados necessários para um desenvolvimento saudável e seguro.