Teresina quinta-feira, 10 abril, 2025

Câmara de Teresina consultará Justiça Eleitoral antes de decidir sobre convocação de suplente de Tatiane Medeiros, vereadora presa

Câmara de Teresina consultará Justiça Eleitoral antes de decidir sobre convocação de suplente de Tatiane Medeiros, vereadora presa/Foto: Portal O Dia

A Câmara Municipal de Teresina informou que irá consultar o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) para definir se deve convocar imediatamente o suplente da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), presa na última quinta-feira (3) pela Polícia Federal. A parlamentar é investigada por crimes eleitorais e suspeita de ter recebido apoio financeiro de uma facção criminosa durante a campanha.

De acordo com o presidente da Casa, vereador Enzo Samuel (PDT), há divergência jurídica quanto ao momento apropriado para convocar o suplente, o professor Leôndidas Júnior, que obteve 2.262 votos nas eleições de 2024. Enquanto o procurador-geral da Câmara, Pedro Rycardo Couto, defende que a convocação só deve ocorrer após 60 dias de afastamento, outros entendimentos apontam para uma substituição imediata, conforme o regimento interno.

Tatiana, que cumpre prisão preventiva no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar por ser advogada, é acusada de compra de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O afastamento dela do cargo foi determinado como medida cautelar sem prazo definido, com o objetivo de impedir que continue praticando possíveis crimes usando o mandato.

O regimento interno da Câmara estabelece que, em caso de vacância ou licenças, o suplente deve ser convocado de forma imediata. No entanto, o artigo que trata da licença por mais de 60 dias refere-se a casos específicos como problemas de saúde, licença-maternidade ou missão oficial — situações que não se aplicam ao caso de Tatiana, que responde a investigação criminal.

Até que haja definição por parte da Justiça Eleitoral ou cassação do mandato, a Câmara continuará operando com 28 vereadores dos 29 eleitos.

Tatiana Medeiros foi eleita com 2.925 votos em 2024, em sua primeira eleição. Além de vereadora, ela é advogada e atuava na ONG “Vamos Juntos”, que teve suas atividades suspensas por ordem judicial. Ela, o padrasto Stênio Ferreira e uma ex-assessora também estão proibidos de frequentar repartições públicas e manter contato com servidores do Legislativo e da Secretaria de Saúde.