Teresina sexta-feira, 3 janeiro, 2025

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Bebê de 1 ano morre com suspeita de envenenamento em Parnaíba; segunda vítima da mesma família

Hospital Dirceu Arvoverde (Heda), em Parnaíba/Foto: Reprodução

Um trágico incidente em Parnaíba, no litoral do Piauí, resultou na morte de mais um membro da mesma família com suspeita de envenenamento. Igno Davi da Silva, um bebê de 1 ano, faleceu na tarde desta quinta-feira (2), após ser hospitalizado. Ele é a segunda vítima fatal entre os nove membros da família que passaram mal após consumirem peixes de uma doação.

O adolescente Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, irmão de Igno, morreu um dia antes, na quarta-feira (1º), também com suspeita de envenenamento. A família, que vive no conjunto Dom Rufino, começou a passar mal após consumir o peixe e arroz na terça-feira (31). Além das duas vítimas fatais, outras cinco pessoas, incluindo três crianças e dois adultos, permanecem internadas no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba.

Sintomas e atendimento

Os sintomas apresentados pelas vítimas incluíam cólicas, diarreia, falta de ar e tremores, sinais típicos de intoxicação por veneno, conforme informado pelo diretor técnico do HEDA, Carlos Teixeira. Manoel Leandro, a primeira vítima fatal, chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e faleceu ainda na ambulância.

Francisca Maria da Silva, de 32 anos, mãe de Igno Davi e Manoel Leandro, é uma das pessoas internadas e foi entubada nesta quinta-feira (02/01). O estado de saúde dos outros quatro membros da família é considerado estável.

Investigação em andamento

A Polícia Civil do Piauí (PCPI) já iniciou as investigações para esclarecer o que aconteceu. Os peixes consumidos pela família, que faziam parte de uma cesta básica doada, foram recolhidos para perícia. Um casal que fez a doação, envolvendo cerca de 30 quilos de peixes manjuba, foi ouvido pela polícia. Eles explicaram que a ação fazia parte de um trabalho filantrópico realizado anualmente no bairro, com peixes fornecidos por uma associação de pescadores.

Segundo o delegado Abimael Silva, os alimentos foram distribuídos para várias famílias, mas apenas essa apresentou sintomas de envenenamento. A polícia aguarda os exames toxicológicos realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), que determinarão a presença de substâncias tóxicas tanto nos alimentos quanto nos corpos das vítimas. A suspeita prévia é de envenenamento no arroz, e não nos peixes. 

Ligação com caso anterior

O adolescente e a criança eram parentes de Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7, que faleceram no ano passado após consumirem cajus envenenados. Três das cinco crianças envenenada nesse caso são irmãs dos meninos falecidos. A mãe das crianças também está entre os familiares que foram internados após supostamente ingerirem alimentos intoxicados. Segue a lista abaixo dos envenenadas mortos ou que continuam internados (três pessoas receberam alta médica), e  o grau de parentesco das vítimas com os irmãos:

 

  • Igno Davi da Silva  irmão de João Miguel e Ulisses); – 1 ano e oito meses/Morto
  • Francisca Maria Silva (irmã de Manoel, a vítima fatal, e mãe de Davi); – Internada em estado gravíssimo, rins comprometidos
  • Francisco de Assis Pereira da Costa (padrasto de Manoel) – Internado
  • Manoel Leandro Silva (tio de João Miguel e Ulisses) – 17 anos/Morto
  • Luana e Gabriela, irmãs de Davi – Internadas

 

A Polícia Civil, juntamente com o Instituto de Medicina Legal (IML), já coletou material biológico das vítimas para exames toxicológicos, incluindo amostras de sangue, urina e material do estômago do adolescente morto. Além disso, os alimentos consumidos pela família foram apreendidos e serão analisados para determinar se há substâncias tóxicas.