Um trágico incidente em Parnaíba, no litoral do Piauí, resultou na morte de mais um membro da mesma família com suspeita de envenenamento. Igno Davi da Silva, um bebê de 1 ano, faleceu na tarde desta quinta-feira (2), após ser hospitalizado. Ele é a segunda vítima fatal entre os nove membros da família que passaram mal após consumirem peixes de uma doação.
O adolescente Manoel Leandro da Silva, de 17 anos, irmão de Igno, morreu um dia antes, na quarta-feira (1º), também com suspeita de envenenamento. A família, que vive no conjunto Dom Rufino, começou a passar mal após consumir o peixe e arroz na terça-feira (31). Além das duas vítimas fatais, outras cinco pessoas, incluindo três crianças e dois adultos, permanecem internadas no Hospital Regional Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba.
Sintomas e atendimento
Os sintomas apresentados pelas vítimas incluíam cólicas, diarreia, falta de ar e tremores, sinais típicos de intoxicação por veneno, conforme informado pelo diretor técnico do HEDA, Carlos Teixeira. Manoel Leandro, a primeira vítima fatal, chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e faleceu ainda na ambulância.
Francisca Maria da Silva, de 32 anos, mãe de Igno Davi e Manoel Leandro, é uma das pessoas internadas e foi entubada nesta quinta-feira (02/01). O estado de saúde dos outros quatro membros da família é considerado estável.
Investigação em andamento
A Polícia Civil do Piauí (PCPI) já iniciou as investigações para esclarecer o que aconteceu. Os peixes consumidos pela família, que faziam parte de uma cesta básica doada, foram recolhidos para perícia. Um casal que fez a doação, envolvendo cerca de 30 quilos de peixes manjuba, foi ouvido pela polícia. Eles explicaram que a ação fazia parte de um trabalho filantrópico realizado anualmente no bairro, com peixes fornecidos por uma associação de pescadores.
Segundo o delegado Abimael Silva, os alimentos foram distribuídos para várias famílias, mas apenas essa apresentou sintomas de envenenamento. A polícia aguarda os exames toxicológicos realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), que determinarão a presença de substâncias tóxicas tanto nos alimentos quanto nos corpos das vítimas. A suspeita prévia é de envenenamento no arroz, e não nos peixes.
Ligação com caso anterior
O adolescente e a criança eram parentes de Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7, que faleceram no ano passado após consumirem cajus envenenados. Três das cinco crianças envenenada nesse caso são irmãs dos meninos falecidos. A mãe das crianças também está entre os familiares que foram internados após supostamente ingerirem alimentos intoxicados. Segue a lista abaixo dos envenenadas mortos ou que continuam internados (três pessoas receberam alta médica), e o grau de parentesco das vítimas com os irmãos:
- Igno Davi da Silva irmão de João Miguel e Ulisses); – 1 ano e oito meses/Morto
- Francisca Maria Silva (irmã de Manoel, a vítima fatal, e mãe de Davi); – Internada em estado gravíssimo, rins comprometidos
- Francisco de Assis Pereira da Costa (padrasto de Manoel) – Internado
- Manoel Leandro Silva (tio de João Miguel e Ulisses) – 17 anos/Morto
- Luana e Gabriela, irmãs de Davi – Internadas
A Polícia Civil, juntamente com o Instituto de Medicina Legal (IML), já coletou material biológico das vítimas para exames toxicológicos, incluindo amostras de sangue, urina e material do estômago do adolescente morto. Além disso, os alimentos consumidos pela família foram apreendidos e serão analisados para determinar se há substâncias tóxicas.
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