Teresina quinta-feira, 26 dezembro, 2024

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Após 6 anos, justiça condena Ronnie Lessa a 78 anos e Élcio de Queiroz a 59 anos pelo assassinato de Marielle Franco

Ronnie Lessa, é condenado a 78 anos de prisão e Élcio de Queiroz, é condenado 59 anos de prisão/Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (31), Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policiais militares, foram condenados pelo brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro estabeleceu penas de 78 anos, 9 meses e 30 dias para Lessa e 59 anos, 8 meses e 10 dias para Queiroz, por duplo homicídio triplamente qualificado e outros crimes relacionados ao caso.

As audiências emocionaram familiares e amigos das vítimas, com momentos marcantes, como o depoimento da mãe de Marielle, Marinete da Silva, e da viúva de Anderson, Ágatha Arnaus, que relembraram suas perdas. Marinete destacou a dor da família ao perceber que Marielle foi executada de forma cruel, enquanto Ágatha relembrou momentos de vida com Anderson, emocionando o plenário.

A condenação dos réus também trouxe revelações surpreendentes sobre os possíveis mandantes do crime, que incluem os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Recentemente presos, os dois são acusados de arquitetar o assassinato, com Chiquinho ocupando o cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e Domingos exercendo mandato de deputado federal. O envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa, que chefiava a Polícia Civil na época, também foi mencionado, com acusações de interferência nas investigações.

Os depoimentos dos réus trouxeram novos detalhes sobre o crime. Lessa confessou ter planejado o assassinato e pediu perdão aos familiares das vítimas, mas foi recebido com incômodo pela família. Já Queiroz relatou que inicialmente desconhecia que participaria de um homicídio e, mesmo após ser preso, revelou dificuldades para confessar devido à desconfiança na segurança das investigações.

O caso, que ainda passa por desdobramentos judiciais, levanta importantes questionamentos sobre justiça e segurança pública no Brasil, trazendo à tona debates sobre a impunidade e a importância de uma investigação rigorosa e imparcial.