Apagão continua na Grande São Paulo: 537 mil imóveis sem energia elétrica; Tarcísio de Freitas solicitou investigação das falhas ao TCU

A Grande São Paulo enfrenta uma crise de energia elétrica, com 537 mil imóveis ainda sem luz até as 5h40 desta segunda-feira (14/10), após um temporal que atingiu a região na última sexta-feira (11). Dentre esses, aproximadamente 354 mil estão localizados na capital paulista, com os bairros mais afetados sendo Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís.

O fenômeno meteorológico, que trouxe ventos de até 107 km/h, causou a morte de sete pessoas na Região Metropolitana e no interior do estado, segundo informações da Defesa Civil. A Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia, informou que já conseguiu restabelecer o fornecimento para cerca de 1,5 milhão de clientes, mas o número de imóveis ainda sem energia permanece elevado.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, criticou a Enel por não ter cumprido seu plano de contingência para eventos climáticos extremos e pela falta de funcionários nas equipes de campo. “A percepção é que a Enel não atendeu às expectativas em relação ao ano passado”, afirmou em coletiva de imprensa no domingo (14).

Em resposta às críticas e à situação caótica, o presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, não forneceu uma previsão de quando o fornecimento de energia será totalmente restabelecido. Ele reconheceu a responsabilidade da empresa pelos transtornos causados e garantiu que estão trabalhando arduamente para reconectar todos os clientes. “Estamos ampliando nossa capacidade de atendimento, já recebemos mais de um milhão de chamados desde a noite do apagão”, disse Lencastre.

Para minimizar o impacto da falta de energia, a Enel disponibilizou 500 geradores para hospitais e outros estabelecimentos essenciais, além de usar dois helicópteros para sobrevoar as linhas de transmissão em busca de problemas. Os moradores, por sua vez, relatam dificuldades para se comunicar com a empresa e abrir chamados, com muitos já passando mais de 50 horas sem energia.

Em meio a essa crise, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), solicitou agilidade ao presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, em relação a uma solicitação feita pelo prefeito Ricardo Nunes. Nunes entregou ao TCU um pedido para que a corte de contas fiscalize os descumprimentos contratuais por parte da Enel na distribuição de energia em São Paulo. No ofício, ele também pediu que, caso a fiscalização conclua que a distribuidora é responsável pelos frequentes problemas de abastecimento, o contrato com a Enel seja rescindido. A situação continua crítica e os moradores aguardam ansiosamente a normalização do serviço.

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