A “Black Fraude” é uma analogia a expressão Black Friday, um período comercial típico dos Estados Unidos que se espalhou por outros países no mundo, para mostrar um outro lado do estímulo ao consumo e às vendas, que gera um frenesi no início da temporada de compras de fim de ano.
A Black Friday surgiu na década de 1960, na cidade americana da Filadélfia, após uma crise que afetou pequenas lojas. Mas, há registros de que o dia de promoções exista nos Estados Unidos desde 1869. Trata-se de uma prática de ofertas na última sexta-feira (Friday) de novembro que se consolidou entre os comerciantes.
No Brasil, a Black Friday teve a primeira edição em 2010. O “black” descreve o momento em que as vendas saíam do “vermelho”, ou do prejuízo, e entravam no “negro”: o lucro. É o momento em que os comerciantes, principalmente os varejistas, concedem descontos acima da média em diversos produtos para impulsionar o período de vendas mais intensas – as festas do Natal e do Réveillon.
A Black Friday – ou “sexta-feira negra” – é uma queima de estoque com preços baixos. Ressalte-se, porém, que nem sempre tão vantajosos. É o uso de descontos mais agressivos, abrindo um espaço para os produtos destinados às festas de fim do ano. Ela estimula, também, a competição dos vendedores, que apostam nos preços mais baixos para alcançar mais compradores.
Porém, o marketing da data ultrapassou a proposta original, e já é comum que seja referida como “Black Fraude”, devido às táticas enganosas, como “a metade do dobro”, e a ação de golpistas. Ela é um despertar para que os consumidores evitem os muitos golpes e/ou fraudes durante a data e não cair em ciladas, pois “o barato pode sair caro”.
A Kaspersky, uma empresa de segurança na web, detectou que, desde outubro, o número de sites falsos, usando o termo “Black Friday”, aumentou em três vezes. Além disso, surgiram muitos esquemas envolvendo cartões falsos e lojas falsas, principalmente no mercado de compras on-line durante o período.
Dentre as fraudes destacamos o phishing, o spoofing e o golpe do comprovante fraudulento. O phishing, técnica de engenharia social baseada em fraudes para obtenção de dados pessoais, sendo o meio favorito dos golpistas. O spoofing é uma situação em que uma pessoa ou programa se identifica com sucesso como outro falsificando dados, para obter uma vantagem ilegítima.
Mas, um dos golpes mais comuns consiste na criação de lojas falsas ou estabelecimentos virtuais falsos, que oferecem roupas, eletrodomésticos e dispositivos eletrônicos, onde as vítimas são induzidas ao erro e pagam por produtos que jamais receberão. E, outro esquema fraudulento, identificado por empresas de cibersegurança, tem como prática vender cartões de presentes em lojas fictícias, mas que se assemelham a outras na estética.
Na “black fraude” muitas marcas renomadas são “usadas” por criminosos, para vender serviços e produtos falsos que são oferecidos por aquelas empresas, sem que jamais sejam prestados ou entregues aos compradores. Por isso, para evitar cair em golpes, o usuário deve “ficar alerta” e se proteger ao realizar compras, principalmente, on-line.
Dentre os cuidados estão: não confiar em links ou anexos recebidos por e-mail ou aplicativos de mensagens; verificar o remetente e o endereço antes de clicar em um link ou anexo; conferir a veracidade do site; ficar atento a erros de ortografia ou falhas no visual da página; avaliar antes de comprar algo de uma empresa desconhecida; e contactar o banco ou a empresa de cartão, em caso de detectar uma movimentação suspeita.
Coluna Perspectiva por Arnaldo Eugênio – Doutor em Antropologia
Arnaldo Eugênio; Cientista Social – Doutor em Antropologia – Mestre em Políticas Públicas – Especialista em Segurança Pública – Consultor do Comitê Estadual de Educação em Direitos Humanos (CEEDH-PI)