Nos últimos dias, uma batalha de narrativas tomou conta das redes sociais, envolvendo dois deputados federais, Erika Hilton (PSOL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG), sobre a polêmica envolvendo a proposta de fiscalização das transações via Pix. O embate reflete as profundas divisões entre direita e esquerda no Brasil e tem como foco a medida, já revogada, da Receita Federal que buscava ampliar o controle sobre movimentações financeiras, especialmente em bancos digitais.
A medida proposta pela Receita Federal previa o monitoramento de transações acima de R$ 5 mil em bancos digitais, uma expansão do que já acontece com as instituições financeiras tradicionais. A justificativa do governo era aumentar a capacidade de fiscalizar movimentações suspeitas e coibir crimes como lavagem de dinheiro. Contudo, a repercussão foi imediata, com a oposição, especialmente Nikolas Ferreira, criticando a iniciativa, o que gerou uma onda de desinformação sobre uma suposta “taxação” do Pix.
Nikolas, em um vídeo que ultrapassou 322 milhões de visualizações no Instagram, afirmou que, embora a medida não tratasse diretamente de impostos, poderia abrir caminho para futuras taxações, o que gerou um clima de incerteza entre a população. Ele associou a fiscalização ao monitoramento excessivo de trabalhadores, sugerindo que o governo estaria “de olho” nos pequenos consumidores e não nos grandes sonegadores.
A resposta de Erika Hilton
Estão mentindo pra você.
O Pix é só uma cortina de fumaça. pic.twitter.com/CCwKCKizED— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) January 18, 2025
Em resposta, Erika Hilton publicou um vídeo no mesmo formato, defendendo a iniciativa do governo Lula. Segundo ela, a medida visava aumentar a transparência e coibir práticas criminosas, sem nunca ter sugerido a criação de uma taxa sobre o Pix. Erika também ressaltou que o ex-ministro Paulo Guedes, do governo Bolsonaro, havia defendido a ideia de taxar o Pix, mas Lula nunca propôs tal medida.
No vídeo, Erika critica a extrema-direita, acusando-a de agir para espalhar medo e desinformação entre a população. Ela faz referência a parlamentares que se opõem à PEC pelo fim da escala 6×1, proposta por ela, e sugere que esses mesmos políticos buscam desgastar o governo com falas alarmistas.
Impacto nas redes sociais
O PIX está unindo o povo. pic.twitter.com/3UEtvIgIot
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) January 14, 2025
O vídeo de Nikolas Ferreira, que rapidamente viralizou, consolidou sua presença nas redes, levando-o a ganhar mais de um milhão de seguidores em dois dias e tornando-o uma figura central na discussão sobre o Pix. Enquanto isso, Erika Hilton também conquistou grande visibilidade com sua resposta, que já soma mais de 27,9 milhões de visualizações até a manhã desta segunda-feira (20).
Ambos os lados usam as redes para amplificar suas vozes e consolidar suas bases de apoio, em uma verdadeira guerra virtual de argumentos. A questão fiscal, que envolve a transparência nas transações e o papel do Estado na economia, acabou se transformando em mais um campo de batalha entre os dois polos políticos no Brasil.
O futuro da discalização
A medida da Receita Federal já foi revogada, mas o debate continua acirrado. De um lado, parlamentares como Nikolas Ferreira levantam a bandeira da liberdade individual e do controle mínimo do Estado sobre as finanças pessoais, enquanto do outro, políticos como Erika Hilton defendem a necessidade de controle para coibir crimes financeiros.
Com essa guerra de narrativas, o que parecia uma simples discussão técnica sobre a fiscalização de movimentações bancárias tornou-se um reflexo das tensões ideológicas que permeiam o cenário político brasileiro.
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