Apenas 12 alunos alcançam nota máxima na redação do Enem 2024, o menor número já registrado

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 registrou o menor número de redações nota 1.000 da história. Apenas 12 estudantes entre os mais de 4 milhões de inscritos atingiram a pontuação máxima na prova de redação, representando uma queda de 80% em relação ao ano anterior, quando 60 participantes obtiveram o tão almejado resultado. O balanço oficial foi divulgado nesta segunda-feira (13/01), pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

O tema da redação deste ano, “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, pode ter contribuído para a baixa performance. Entre os alunos que conseguiram a nota máxima, apenas um era oriundo de escola pública, destacando uma preocupante disparidade entre as instituições públicas e privadas de ensino no Brasil.

Os 12 estudantes com nota 1.000 estão distribuídos entre 10 estados brasileiros, com destaque para Rio de Janeiro e Minas Gerais, que tiveram dois estudantes cada um com a pontuação máxima. Os demais estados com pelo menos um aluno com redação perfeita foram: São Paulo, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão e Goiás.

Desempenho nas áreas de conhecimento

Apesar da baixa nas redações, a média geral dos participantes melhorou ligeiramente, passando de 543 para 546 pontos. No entanto, áreas de conhecimento fundamentais, como Matemática e Ciências da Natureza, apresentaram uma queda preocupante no desempenho. Em Matemática, a média caiu para 529 pontos, seis a menos que no ano anterior, e em Ciências da Natureza, houve uma redução de 32 pontos, com média final de 465. Por outro lado, a área de Linguagens e Códigos foi a única a registrar um aumento no desempenho, com a média subindo para 538 pontos, 12 a mais do que em 2023.

O ministro Camilo Santana afirmou que o Ministério da Educação (MEC) conduzirá estudos para entender as razões por trás da queda acentuada no desempenho dos estudantes, tanto nas redações quanto nas demais áreas. Esse cenário acende um alerta sobre a qualidade do ensino, principalmente em escolas públicas, e o impacto da desigualdade educacional no Brasil.

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