Francisco de Assis, 53 anos, é suspeito de envenenar e matar quatro pessoas de sua família no almoço de Ano Novo, após adicionar terbufós, um componente do pesticida “chumbinho”, em um baião de dois servido a mais de 10 pessoas. Entre as vítimas estão Francisca Maria da Silva, de 32 anos, Miguel dos Santos, de 18 anos, Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane, de 3 anos. Francisco está preso preventivamente desde o último dia 8.
O advogado de defesa de Francisco, Antônio de Pádua Júnior, afirmou que pedirá à Justiça um exame de sanidade mental para determinar se o acusado pode ser responsabilizado criminalmente pelas mortes. Segundo o advogado, Francisco demonstra sinais de confusão mental, o que teria levado a contradições em suas declarações sobre o crime. Ele sugeriu que essas contradições podem ser fruto de distúrbios mentais, não de uma tentativa deliberada de enganar as autoridades.
Investigações policiais revelaram que, em um baú encontrado na casa de Francisco, foram encontrados livros e revistas com temas controversos, como nazismo, racismo e religião. Entre os itens apreendidos estavam anotações e um livro sobre a formação da SS, o braço militar do Partido Nazista. O delegado Abimael Silva acredita que o material encontrado possa ajudar a entender melhor a personalidade de Francisco, acrescentando um novo elemento à investigação.
Relações conturbadas e possível motivo
A polícia descobriu que Francisco tinha uma relação tumultuada com sua esposa, Francisca Maria. Ele teria chamado seus enteados de “primatas” e falado mal de outros membros da família, o que levantou suspeitas sobre suas motivações. Francisco, durante seu depoimento, confessou ter sentimentos de “nojo” e “raiva” por sua esposa, o que, segundo os investigadores, pode ter sido um possível fator desencadeante para o crime.
A investigação da polícia também foca na personalidade de Francisco, descrito como uma pessoa inteligente, porém dissimulada, que tentava criar uma imagem de alguém diferente do que realmente era. A polícia está coletando depoimentos de amigos e colegas de trabalho para entender melhor suas motivações.
Conexão com outros crimes e suspeita de homicídios em Série
A investigação ganhou um novo capítulo quando a polícia ligou Francisco ao envenenamento de dois irmãos, Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos, e João Miguel da Silva, de 7, em 2024. O veneno utilizado nos dois casos parece ser o mesmo, o “chumbinho”, que teria sido colocado tanto no arroz servido à família de Francisco quanto nos cajus consumidos pelos meninos.
Além disso, a polícia está investigando o álibi de Francisco para o dia em que os irmãos foram envenenados. Caso se confirme o envolvimento de Francisco nos dois casos, ele poderá ser considerado um homicida em série.
O caso teve uma reviravolta após um laudo pericial sobre o envenenamento das crianças, que inicialmente havia sido atribuído a Lucélia Maria Gonçalves. Lucélia, uma vizinha da família, havia sido presa acusada de envenenar os cajus dados às crianças. No entanto, a análise das frutas não revelou a presença de veneno, levantando dúvidas sobre sua culpabilidade. Isso abriu espaço para uma nova linha de investigação, agora centrada em Francisco, como possível responsável pelos envenenamentos.
As investigações continuam em andamento, com a polícia focada em esclarecer a relação de Francisco com os crimes e a possível conexão entre os envenenamentos.
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