A Agenda Teresina 2030, em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas, divulgou os resultados de uma pesquisa inédita sobre o impacto do calor extremo na saúde de mulheres grávidas na capital piauiense. Realizada em campo, a pesquisa revelou dados alarmantes sobre os efeitos do calor intenso na saúde das gestantes, que, em sua maioria, são mulheres pretas e pardas, com idade média de 27 anos.
Principais resultados:
- Impacto no bem-estar: 89% das mulheres afirmam que o calor afeta negativamente seu bem-estar, com 66% relatando desconforto frequente e 44% lidando com uma intensidade extremamente alta de calor.
- Sintomas físicos: O calor exacerba sintomas como cansaço (82,24%) e dificuldade de respirar (50,61%). Além disso, muitas gestantes notaram que o calor também afetou seus bebês, com 92% percebendo maior cansaço e 63% notando dificuldades respiratórias nos filhos.
- Saúde ginecológica: 37% das mulheres apresentaram infecção no trato uroginecológico, sendo que 75% acreditam que o calor agravou os sintomas.
- Falta de orientação médica: 63% das entrevistadas não receberam orientações médicas sobre como lidar com o calor durante a gestação. Das que buscaram informações, a maioria foi orientada a beber água (90%) e tomar mais banhos (15%).
- Medidas adotadas: 81% das mulheres procuram locais frescos para se refugiar, 20% utilizam ar-condicionado, e 79% optam por roupas leves. Contudo, 69% não consideram suas casas adequadas para suportar o calor extremo.
O estudo também revelou o impacto emocional do calor nas gestantes. 61% das entrevistadas relataram sentir um impacto emocional significativo devido às altas temperaturas, com preocupações sobre desmaios, eclâmpsia, parto prematuro e até riscos de infarto e AVC.
84% das gestantes sentem que não têm acesso adequado a informações sobre como lidar com o calor na gravidez. A pesquisa também evidenciou que a maioria das mulheres se informa através das redes sociais e da internet (59%).
A pesquisa realizada em Teresina é inédita e se destaca como um dos poucos estudos científicos no mundo a investigar o impacto do calor extremo nas gestantes. A cidade foi uma das seis selecionadas globalmente para participar do projeto do Fundo de Populações das Nações Unidas, recebendo financiamento para a realização do estudo.
Os resultados apontam para a urgência de políticas públicas que abordem as necessidades específicas dessas mulheres, oferecendo melhor apoio e informações para mitigar os efeitos do calor extremo.
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