Teresina quarta-feira, 25 dezembro, 2024

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CRM-PI denuncia problemas estruturais e falta de medicamentos em UBS de Teresina; desvios de recursos são investigados

Unidade de Saúde Básica (UBS) em Teresina/Foto: Reprodução 

O Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizou uma fiscalização entre março e outubro de 2024, o  em 91 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Teresina, constatando uma série de irregularidades preocupantes. Mais da metade das UBS apresenta problemas estruturais, falta de medicamentos essenciais e equipamentos danificados, comprometendo a qualidade do atendimento à população. Os relatórios da vistoria foram encaminhados à Fundação Municipal de Saúde (FMS) e ao Ministério Público do Piauí (MPPI), mas até o momento, ainda não houve respostas oficiais das instituições.

Segundo o CRM-PI, foram detectadas condições precárias nas instalações físicas de 55 UBS, incluindo rachaduras, infiltrações, mofo, pisos afundados e problemas nas redes de água e esgoto. Além disso, 53 unidades registraram falta de equipamentos funcionais, como ar-condicionado, bebedouros, cadeiras e banheiros. Em 32 UBS, insumos básicos como gaze, algodão e luvas estavam em falta, enquanto três unidades sequer estavam cadastradas no CRM-PI, o que compromete ainda mais a fiscalização adequada.

A falta de medicamentos essenciais, como hipoglicemiantes, antibióticos, antiparasitários e anti-hipertensivos, também foi um dos problemas apontados pela fiscalização. Dos 91 estabelecimentos visitados, apenas 29 contavam com equipes completas de Estratégia Saúde da Família (ESF), que são fundamentais para o atendimento básico.

Denúncias de desvio de recursos

Paralelamente a essa crise estrutural e de insumos, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina enfrenta acusações de desvio de recursos. O prefeito eleito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), revelou que, durante a transição de governo, foi descoberto um esquema que teria desviado cerca de R$ 20 milhões dos cofres da FMS. De acordo com Mendes, o desvio envolvia o pagamento de valores superfaturados a clínicas privadas que prestavam serviços à FMS, com pagamentos 10, 20 e até 30 vezes superiores ao valor real.

A auditoria, solicitada pelo atual presidente da FMS, Ítalo Costa, confirmou o esquema e já encaminhou o caso ao Ministério Público Federal para as devidas investigações. A FMS divulgou nota informando que o processo de auditoria interna está em andamento e que detalhes não podem ser revelados para não comprometer a apuração dos fatos.