Advogada Caroline Azeredo é suspensa pela OAB/DF após suspeitas de esquema de venda de decisões judiciais no STJ

O Tribunal de Ética e Disciplina da OAB do Distrito Federal decidiu suspender preventivamente, por 90 dias, a advogada Caroline Azeredo. A medida ocorre em meio à investigação sobre um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), no qual Azeredo estaria envolvida. A decisão foi tomada após denúncias feitas pelo advogado Rodrigo de Alencastro, ex-namorado de Caroline, que a acusou de intermediar decisões judiciais favoráveis mediante pagamento.

As acusações incluem a alegação de que Azeredo utilizava sua rede de contatos para facilitar decisões judiciais em troca de vantagens financeiras, mencionando processos específicos em suas negociações. Um dos episódios em investigação envolve o deputado distrital Wellington Luiz, que teria sido abordado com uma proposta de R$ 500 mil para garantir uma decisão favorável. Luiz recusou a oferta e, posteriormente, recebeu uma decisão desfavorável, segundo seu depoimento.

Em nota, Caroline Azeredo negou as acusações e afirmou que recorrerá da suspensão, atribuindo as denúncias a uma “vingança pessoal”. Ela também afirmou que a proposta mencionada teria partido de outra pessoa com o mesmo nome. A advogada argumenta que não foi formalmente notificada da suspensão, que afeta temporariamente sua habilitação para exercer a advocacia.

Enquanto isso, a ministra do STJ, Nancy Andrighi, determinou uma investigação interna para apurar a conduta de assessores do seu gabinete, dos quais um já foi identificado como suspeito. Segundo Andrighi, o processo disciplinar interno é focado exclusivamente nos servidores, não havendo até o momento qualquer indício de envolvimento direto dos magistrados no esquema.

As investigações, conduzidas pela OAB/DF e pela Polícia Federal, miram uma rede de influência que pode incluir servidores do STJ e intermediários, como o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves. A OAB/DF esclareceu que o processo disciplinar tramita em sigilo, preservando o direito de defesa da advogada até a conclusão do caso.